segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

certas relações

Corri para o banheiro no momento exato. Seria apenas um caso a mais de relaxar a vontade da bexiga se meu pobre puro coração descartasse certas banalidades. No banheiro me despi, por primeiro o laço da calça folgada azul marinho, por seguinte a roupa íntima levada com ajuda manual até o calcanhar. Ainda de pé abri minha bolsa, peguei o Iphone e coloquei os phones de ouvidos nos *mesmos. A change de mudar o dia, no mesmo dia, me pareceu oportuna. A música invadiu o mundo e meus pés cansados continuram. A poucos minutos de uma mesa de bar com certos comuns amigos que pouco me agradavam no momento, de papo, de vida e companhia, transformaram a experiência ruptória do presente como a maior esperença real da felicidade, do prazer verdadeiro: fazer xixi. A vontade expressada, o leve sorriso, o gozo solto. O som letrado revelava a música momental: A paz invadiu o meu coração, num instante me encheu de paz, como se o vento de um tufão arrancasse meus pés do chão, onde eu já não me encontro mais...

* Minha mãe sempre usava essa expressão em seus textos, tipo: "Sra. Professora, Minha filha está autorizada a participar do evento da vossa escola...onde a mesma também pode participar da festa com os amigos de classe." Achava o termo estranho e arcaíco , hoje me vejo usando o mesmo com pertinencias e gerúndios.

sábado, 19 de dezembro de 2009

liberdade

Quando era menor não sabia o que era liberdade, e pouco me importava em saber, pois não a desejava. Quando me considerei maior percebi que a tal liberdade impensada era uma precisão que deveria ser sabida e conquistada. Quando soube que a liberdade só era de conhecimento de quem a vivia de fato, já era livre e grande o suficiente para entender que essa tal liberdade dá livre acesso na mesma medida que aprisiona.
Caro 2010,

Me apresento por:
Patricia Lio,
Pessoa dedicada a amar o novo como o passado sempre viu,
novata, diferenciada com espectativas inesperadas,
preparada a fatos ruins e bons com a mesma intensidade,
licenciada a viver dia a dia, com reclamações pertinentes,
calorosamente amiga das manhãs, noites, luas e eclipses,
acostumada com invernos loucos e verões constantes,
apaixonada por pares,
amorosa com ímpares,
leviana com a rotina,
predestinada a vida...
cheia de esperanças de te encontrar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

só por essa noite

quem serei eu esta noite?
não faço a menor idéia.
pretendo ser uma mulher atraente, dona da própria vontade, cheia de simpatices
o que serei mesmo pode ser contrário aos meus anseios, ou algo imaginável
serei feliz? triste? amendrontada? sorrirei? surtarei?
sã, viva, sobria, inóspita?
da noite eu espero, e só saberei quem serei quando esta chegar no final

... soube...

dia dos mortos

Li a pouco uma crônica do Affonso Romano de Sant'Anna sobre o dia dos mortos. O autor sugere no texto que o dia de finados poderia ser totalmente inverso do que é, ao invés da nossa viva visita nos cemitérios, por que não o contrário?
Seria assim: Os mortos teriam esta data para visitar os vivos. Enquanto isso, nós sabedores deste fato , arrumaríamos a casa com tudo que o defunto gostaria de encontrar, comida, bebida, jornal, filme, fod...tudo que lhe apetecesse, e caso não quisesse ficar em casa programariamos passeios, viagens, sei lá, cada um deveria saber o gosto do seu morto. Que delícia seria, mas segundo Sant'Anna, existiriam regras para este dia, nada de perguntas sobre a vida, ou não, no além. Na minha imaginação já coloco essa regra como condição para próximas visitas, se a regra fosse quebrada o visitante estaria suspenso de participar da vida terrena no única dia que seria possível de fazer. Não sou severa, mas acho que o mistério além vida deve permanecer, o gostinho de não saber o dia de amanhã é bem divertido. Religião é outro assunto proibido de tocar, contiuaríamos acreditando em nossos credos, idependente de inferno, céu, ou vazio.
Poderíamos usar esta data para aproveitar nossos queridos defuntos pra curtir o que em vida não foi possível, e matar saudades, um dia inteiro para remoçar.
Como acho pouco provável esta idéia acontecer, sugiro que aproveitemos pelo menos algum dia do ano para encontrarmos figuras em carne em osso que por falta de tempo insistimos em deixar pra depois, e rememorar acontecimentos bons, amigáveis, desprentensiosos, sem egos e problemas . Talvez Sant'Anna quis me passar isso, foi exatamente o que captei. E aos mortos deixo minhas sinceras lembranças e sonhos de um dia encontrá-los.

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