terça-feira, 29 de setembro de 2009

carta de amor

Todas as cartas de amor são ridículas...

Júlia encorajada com seus 30 anos foi adiante e seguiu com palavras em uma carta de amor ridícula, como tantas outras:
Caro Vitor,
Te peço pra ouvir-me por um instante, talvez alguns minutos sejam suficientes.
Não se evaideça com meu amor, não há mérito algum seu nisso. Meu amor subsiste na sua existência, você existe e por esse motivo te amo, e isso não depende em nada do seu querer, muito do meu. Mesmo com as ilusões mortas te amo melhor, livre de utopias. O amor tornou-se calmo, sereno, real, o que não me insenta da dor. Hoje vivo um sofrimento valente e corajoso, enfrento a tragédia com plena convicção da destruição como certeza do desfecho do divino destino do amor. Te peço um grande favor, não me encontre como pessoa qualquer, me tenha importância se não existir amor, e se presente o tiver empalideça seu rosto ao me encontrar e core em seguida na mais romântica recíproca.

...não seriam cartas de amor se não fossem ridículas...só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas...(Álvaro de Campos - Fernando Pessoa).

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