quarta-feira, 22 de julho de 2009

pra ler ouvindo sweetest thing

Tentativa:
I-Um toque, uma música, uma cena. Mais doce que meus olhos.
Sentado no cinema te vi assistindo Paris. Na poltrona ao lado, assumi meu lugar. Segurei firmente seus longos dedos e uma purpurina leve caiu em nossas cadeiras, nossos casacos sacudiram sem furtar o colorido. Senti a encorajada mão esperada aquecer o meio das minhas coxas, provei do veneno febrío ao morder um pedaço do seu pescoço. O filme virou breu. Suspeitei da minha loucura disfarçada. Mal podia enxergar algo, só seus olhos.

Poderia escrever de outra maneira? Vou tentar.
II-Te vejo sentado no cinema, olhando o filme. Me perco no teu olhar, vejo todas as cenas, sinto as trilhas, através dele. O calor das tuas mãos entre minhas pernas me colocam em suspensão momentânea. Mal posso enxergar e teus olhos resplandecem o cheiro do teu pescoço. Uma mordidinha pra sentir teu veneno. Tua barba no meu rosto e suspeito minha loucura. Louca de amor? Um cineminha inesperado me faz te sentir desse jeito? Mais doce que meu olhar? Você estava lá, com os olhos sem parar um minuto de falar. Eu ouvia seu tédio. Doces olhos. Suspirava acostumada.

Talvez teria outra forma de contar?
III-Ele estava lá, mais doce que meu olhar. Parecia toda a verdade, ensolarado de dúvidas, e enluarado de verdades. Soprou um sabor inexistente. Eu desatenta a mirar-lo no cinema, morria sem suspeitas. Ele tinha na visão o filme, através dela consegui compreender a história. Ele, encorajado, aqueceu suas mãos entre minhas pernas, eu abobalhada suspirei acostumada. Seus olhos não pararam de falar, e eu ouvia seu tédio. Doces olhos. Seus olhos me guiaram para o sempre amor, até me deparar com eles fechados. Sucessivas manhãs cegas. Eu acreditava que esses olhos fossem pra sempre me acordar.

Vou tentar uma melhor:
IV-Mais doce que meu olhar.
Estava te vendo desatento em uma cadeira de cinema. Sua visão era do filme, a minha era a sua. Pelos teus olhos consegui ver a história, nosso filme. Sua mão encorajada se aqueceu entre minhas pernas. Seus olhos não paravam de falar. Falavam de Paris, da morte, da vida, da calada noite fria, de você. Peguei seus dedos e me deparei com seus olhos fechados, continuei acreditando neles. Doces olhos. Por que tudo arrabenta no amor?
Seus olhos me levaram até ele, e o amor creditou-me morrer sem eles.

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