terça-feira, 12 de maio de 2009

a dor e a menina

Como sempre eu andando nas ruas da Liberdade. Luminárias apagadas, de dia. Dobro a rua e vejo uma cena comum, duas crianças sujas e magrinhas numa escada em frente a um prédio abandonado. Um dormia profundamente deitado no quarto e último degrau, enquanto o outro menino, de aparente sete anos, cochilava sentado em outro degrau da escada, tentava não dormir e dormia. Percorri a cena por uns segundos, tempo que meu andar reduzido permitiu. No momento meu primeiro clichê pensamento agradeceu por ter meu filho todos os dias em sonos quentes e protegidos. Mas a repugnância não tardou a alcançar meus brios humanos, e me surrou a cara. Voltei a consciência. Se quero meu filho acordado com um beijo de bom dia e adormecido com um beijo de boa noite, vou querer a todos os outros filhos também. Mediocridade ver felicidade no avesso alheio. Quero a todos os filhos o quero aos meus.


Restos de pensamentos.
Três atos alheios me emocionam: comer, dormir e ir ao banheiro. Todos estes inerentes e particulares aos seres humanos. Nesses momentos podemos nos sentir realmente humanos. Dos restos momentos nos sobram as diferenças.

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